Resolução do Conselho do Governo n.º 230/2020 de 10 de agosto de 2020
| Data de publicação | 10 Agosto 2020 |
| Gazette Issue | 120 |
| Órgão | Presidência do Governo |
| Section | Série 1 |
O conjunto da Quinta de Nossa Senhora dos Prazeres, freguesia do Pico da Pedra, Concelho da Ribeira Grande, composto pelos edifícios de habitação, anexos, ermida (integrando o altar e a imagem da Nossa Senhora dos Prazeres do séc. XVII) e teatro, é um exemplo de testemunho notável de vivências e factos históricos, a conceção arquitetónica, urbanística e paisagística no âmbito da arquitetura civil do Arquipélago, sendo um exemplo de diferenciação, identidade, valorização territorial e de memória coletiva, a preservar a legar para as gerações futuras.
A área habitacional integra duas construções de diferentes épocas, uma de cariz popular e datada do séc. XVI e a outra edificação com influências eruditas e inserido no designado estilo micaelense, visível na inclusão de aventais e cunhais de pedra de cantaria de basalto.
A característica erudita é acentuada pelo portão de entrada de acesso à quinta, sumptuoso comparativamente com as restantes edificações, elemento de grande dignidade marcado por pilastras e lintel em pedra de cantaria, encimado por frontão com volutas que pontificam com uma cruz de pedra.
O edifício da Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres data do séc. XV, sendo então o primeiro templo e único na freguesia do Pico da Pedra até ao inicio do séc. XX e como tal concentrava todo o serviço religioso. Planta retangular simples, fachada enquadrada por cunhais e por frontão com volutas em cantaria, o eixo central da fachada é marcado pela porta e janela. O campanário está aposto ao lado direito da fachada. O interior da Ermida, denota singularidade e autenticidade, paredes lisas, altar de talha singelo e pintado trabalhado sob arco de pedra de volta perfeita e onde está colocada a imagem do séc. XIX, no entanto ainda existe a primitiva imagem em terracota de Nossa Senhora dos Prazeres datada do séc. XVII, de elevado valor artístico e significado religioso para as gentes da freguesia do Pico da Pedra.
O teatro, dedicado ao culto do Divino Espirito Santo, configuração de pequeno templo, integrando um pequeno alpendre sobrelevado em relação à cota do terreno, cobertura de duas águas, datando possivelmente do séc. XV.
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